"O homem mais feliz do mundo poderia usar o Espelho de Ojesed como um espelho normal, ou seja, ele olharia e se veria exatamente como é, [...] ele mostra-nos nada mais nem menos do que o desejo mais íntimo, mais desesperado de nossos corações[...]
Porém, o espelho não nos dá nem o conhecimento nem a verdade. Já houve homens que definharam diante dele, fascinados pelo que viram, ou enlouqueceram sem saber se o que o espelho mostrava era real ou sequer possível[...]Peço que não volte a procurá-lo. Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver[...]"

(J.K. Rowling)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

De Monstrar


E por ventura,
Nesta nossa loucura
Seria o agora
A hora de demonstrar?
Não!
Não!
De monstrar.
Porque já se levanta apressada,
Suntuosa e enviesada ,
A dita saudade.
Sim!
Sim!
É verdade!
Não cabe mais demonstrar.
Acredite,
Porque acima do sentimento que existe
Agora é a hora
De (apenas) monstrar.
Só resta o momento
Em que o sentimento
(De)Monstra-se em seus próprios limites.
Sim, ele existe!
Mas de que vale somente existir?
Ora,

É claro que de quase nada.
Porque acabou o conto de fadas
Acabou a brincadeira engraçada
E por ventura,
Esta noite escura
É a silente e inquieta hora
- O Agora -
Em que tudo foi jogado fora,
Em que a sorte foi desfigurada.


É hora de monstrar.

Diverte-se inocente criança
Com a sua fantasia!
Blinda-te de alegria
E reveste-se de esperança.
Mesmo que esta seja de mentira mo(n)strada!
Afinal,
Como pode ela te fazer mal?
Brinca,
Dança,
Porque na inocência de tua infância
Logo estarás definitivamente monstrada
E tudo será mais tranquilo.

Basta apenas monstrar-se.

Mostra,
Mo(n)stra,
Monstra,
(Demo)nstra.

E tudo será mais tranquilo.

Brinca,
Dança,
(De)Monstra toda esperança.

E por ventura,
Nesta nossa loucura,
A saudade será um nada
Apenas o resquício da vontade monstrada.

Brinca,
Dança,
(De)Monstra toda esperança.

E tudo será mais tranquilo.


Rafael Casal / 26 de Abril de 2010