"O homem mais feliz do mundo poderia usar o Espelho de Ojesed como um espelho normal, ou seja, ele olharia e se veria exatamente como é, [...] ele mostra-nos nada mais nem menos do que o desejo mais íntimo, mais desesperado de nossos corações[...]
Porém, o espelho não nos dá nem o conhecimento nem a verdade. Já houve homens que definharam diante dele, fascinados pelo que viram, ou enlouqueceram sem saber se o que o espelho mostrava era real ou sequer possível[...]Peço que não volte a procurá-lo. Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver[...]"
(J.K. Rowling)
Porém, o espelho não nos dá nem o conhecimento nem a verdade. Já houve homens que definharam diante dele, fascinados pelo que viram, ou enlouqueceram sem saber se o que o espelho mostrava era real ou sequer possível[...]Peço que não volte a procurá-lo. Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver[...]"
(J.K. Rowling)
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Recado
- Sim, eu não nego.
Pois o que, nesta pobre rima, alego
É um pouco de estimada atenção.
Não a quero como amor cobrado,
Porque do muito que tem me dado
Percebo um quê de fardo
Do qual não penso em culpa assumida;
Quero apenas sua paz benfazeja
Pois – caso, cego, ainda não veja –
És uma parte do que chamo vida,
Uma célula dessa ima ilusão.
Falta a coragem de me olhar nos olhos?
- Então segure na minha mão.
Use o tato!
Porque, de fato,
A existência do outro nos basta.
A palavra,
O som,
A rima.
[Essa desengonçada e escalafobética rima]
Tudo isso já nos anima
Tudo isso entre nós contrasta!
E de forma grotescamente nefasta
Ensina-nos uma bela lição:
Indiferente às partes casualmente homônimas
Toda essa nossa afinidade mínima
Mostra-nos, fusilânima,
Que algumas coisas simplesmente são.
- Confesso a falta de sua voz,
Mas já não reclamo.
Em verdade, é mais simples sentir,
Omitir, sorrir, assistir, abstrair
- Quem sabe, às vezes, até mesmo agredir -
E todos mais que não nos deixam mentir
E todos mais com que, em síntese, exclamo:
Amigo, eu te amo!
E, mesmo sem dizê-lo veloz,
Não tê-lo me seria atroz.
- Sim, eu confesso.
Que, apesar de ao seu dia não ter acesso,
[Sabendo o preço
E por tanto agradeço]
Sua alma me é aberta.
E por sabê-la te ofereço amizade,
Verdade,
Intimidade,
Por termo-nos nas horas mais certas.
Você está comigo.
Amigo.
Com o direito que confere o dito.
Amigo.
Amigo.
De agora até todo infinito.
Rafael Casal / 27 de Outubro de 2010
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